O deputado Heitor Schuch (PSB/RS) manifestou ao governo preocupação com a decisão da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) de suspender a participação em feiras internacionais, missões comerciais e eventos promocionais, das três vinícolas gaúchas envolvidas nas denúncias de trabalho escravo. Em oficio enviado ao vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o parlamentar argumenta que a medida representa uma condenação generalizada do setor vitivinícola gaúcho, suas cooperativas e toda a cadeia produtiva da uva.
Para Schuch, a Apex age de forma precipitada, afinal o Ministério Público do Trabalho/RS realizou, somente na última terça-feira, 28, uma audiência com os representantes legais da empresa Fênix Serviços de Apoio Administrativo, responsável pela contratação dos trabalhadores, e está apurando o caso juntamente com procuradores de uma força-tarefa especial. E se as vinícolas Aurora, Garibaldi e Saltn deverão ser ouvidas apenas nesta quinta pelo órgão. “A apuração e condenação exemplar de todos os responsáveis pela vergonhosa e inadmissível submissão de trabalhadores a condições análogas à escravidão, é o que se deseja, mas que se separe o joio do trigo”, afirma Schuch. “Que os culpados pelo trabalho em situação análoga à escravidão na Serra Gaúcha sejam punidos. Mas que não se penalizem cooperativas, vinícolas e todo este setor, que envolve milhares de famílias de agricultores, promovendo boicote aos seus produtos – sucos, vinhos e espumantes de alta qualidade -, ignorando um trabalho sério, construído ao longo muitos anos de trabalho. Um fato isolado não pode ser generalizado, sob pena de se cometer novas injustiças!”