A recorrente falta de energia elétrica em diversas regiões do Estado foi tema de uma reunião emergencial com o Secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), Christiano Vieira da Silva, na tarde desta segunda-feira (7). No encontro virtual, solicitado pelo deputado federal Heitor Schuch (PSB/RS), lideranças da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), representantes sindicais e agricultores familiares relataram a realidade precária da energia elétrica no campo e cobraram ações definitivas para o problema. O deputado estadual Elton Weber, que é presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia, também participou da ocasião.
Schuch destacou que a população rural necessita de energia para tocar a propriedade, produzir e conservar os alimentos, além da população urbana, para o consumidor final. “Não é possível que os agricultores sofram com tamanho desrespeito. As empresas responsáveis precisam dar suporte e solucionar os problemas imediatamente, além de investir em infraestrutura para evitar que esse tipo de situação ocorra”, critica o parlamentar.
A Fetag também apresentou um panorama do cenário no interior, apontando a falta de manutenção na energia elétrica, com redes de má qualidade, postes caindo, energia fraca e queda de luz por diversos dias. O Vale do Taquari foi uma das regiões mais afetadas. Alguns municípios, como Encantado, e comunidades rurais, como a Linha Garibaldi, ficaram quase 15 dias sem energia, levando famílias a recorrer ao Ministério Público, já que não receberam retorno da concessionária RGE. A questão, trazida pelos representantes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Colinas e Encantado, além da região do Vale do Rio Pardo, é desesperadora, com prejuízos incalculáveis na produção leiteira e de frango.
Na oportunidade, o secretário de Energia Elétrica informou que o MME já destinou mais de R$ 10 milhões para a RGE investir na infraestrutura de rede elétrica do Rio Grande do Sul, com mais R$ 16 milhões previstos para os próximos anos. Apenas para 2022, R$ 350 mil estão garantidos, para realizar serviços de melhoria e manutenção, como troca de postes de madeira para os de concreto. Para o secretário, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entidade reguladora dos serviços da RGE, deve ser acionada e incluída na discussão nos futuros encontros. “O Ministério estará junto cobrando medidas e soluções, buscando uma aproximação com a Aneel para fiscalizar e acompanhar a aplicação desse recurso, além de buscar uma atuação mais rápida, com respostas mais imediatas”, aponta. Apenas aplicar multas à concessionária, considera Christiano, não é a solução. “O consumidor não quer multa, ele quer serviço de qualidade no fornecimento de energia”, acrescenta.