A pressão ecoou em Brasília e o governo anunciou medidas de apoio aos produtores de leite, entre as quais a liberação de R$ 100 milhões, que permitirão a aquisição de 3,7 mil toneladas de leite em pó para a formação de estoques públicos. A expectativa é de que isso permitirá que se reduza a pressão do excesso de oferta no mercado, que tem derrubado o preço pago ao produtor em plena entressafra. Uma ação emergencial importante, mas que, no longo prazo, não resolve o problema, afirma o deputado Heitor Schuch, que na terça-feira (15) esteve, mais uma vez, reunido com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, em Brasília, juntamente com a Fetag e a Contag e demais lideranças e entidade, cobrando sooro aos produtores.
Para o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, o ideal seria o governo conseguir impedir as importações de leite do Mercosul ou então garantir subsídios aos agricultores, para que pudessem competir em pé de igualdade com os vizinhos da Argentina e do Uruguai.
No início da semana, uma resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex) havia estabelecido a ampliação da alíquota de importação de queijo e manteiga para 18%. A iniciativa foi igualmente celebrada setor, porém com ressalva das entidades, porque não abrange o produto de maior volume de entrada: o leite em pó.
Nota de conjuntura da Embrapa Gado de Leite divulgada nesta quarta-feira (16) aponta que as importações de janeiro a julho chegaram a 1,237 bilhão de litros, o maior volume dos últimos 20 anos.