17/08/2020 |
Uma audiência online com a superintendente de Abastecimento Social da Conab, Diracy Lacerda, na próxima quarta-feira (19), às 10h, vai tratar sobre a falta de milho para ração no Rio Grande do Sul. Solicitado pelo presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar, deputado Heitor Schuch (PSB/RS), o encontro terá a participação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS) e de Sindicatos dos Trabalhadores Rurais.
Conforme Schuch, há uma grande demanda entre os produtores de leite, aves e suínos do Estado, problema que se agravou nas últimas semanas e afeta especialmente a agricultura familiar. Com a seca que provocou quebra de 27,7% na safra gaúcha, conforme o IBGE, a oferta de milho, que tradicionalmente é reduzida, caiu ainda mais, elevando o preço do produto. A saca de 60 quilos no mercado chega a ser vendida por até R$ 65,00, valor considerado inviável para as pequenas propriedades. O preço do milho balcão comercializado pela Conab é mais em conta, R$ 48,00 a saca, porém a logística para entrega, em armazéns distantes de alguns polos produtivos, encarece o frete e acaba não compensando. No Vale do Taquari, por exemplo, conforme o coordenador da regional sindical, Mauro Lui, o local mais próximo é o município de Marau, obrigando agricultores a percorrer mais de 200 quilômetros. “Se estivesse depositado em armazéns da região facilitaria o transporte e reduziria o custo”.
A quantidade permitida por produtor, de 14 ton/mês, também é considerada baixa, muito aquém da necessidade, principalmente na bovinocultura de leite, cujo limite de compra é de R$ 35 quilos/animal/mês. Uma vaca que produz 30 litros consome no mínimo 7 quilos de ração/dia. Além disso, a necessidade de renovar o cadastro junto à Conab todos os anos também é criticada, já que todos os dados dos agricultores e do número de animais está disponível nas inspetorias veterinárias e podem ser compartilhados. “O governo precisa aumentar o volume permitido por produtor, melhorar a logística de distribuição, e garantir oferta do produto, trazendo mais milho do Centro Oeste para o RS e rever essa exigência do cadastro, a própria DAP já serviria como documento comprobatório “, destaca Schuch.