Heitor Schuch

Deputado propõe audiência para discutir o impacto das mudanças climáticas na produção de alimentos

As mudanças climáticas e seus efeitos na agricultura deverão ser pauta de audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara. O pedido foi apresentado pelo deputado Heitor Schuch (PSB/RS) e está para ser votado na próxima semana. O parlamentar também quer que o encontro apresente sugestões de políticas públicas para minimizar as consequências das intempéries na produção de alimentos e na qualidade de vida da população. 

Para Schuch, se, nos anos 1990, ainda se tinha alguma suspeita de que o homem podia afetar o clima, o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) confirmou a hipótese. Agora, não há mais dúvidas: as mudanças climáticas são reais, causadas pelo ser humano, e estão se intensificando em ritmo acelerado.

Em países como o Brasil, que tem uma economia extremamente dependente do ciclo das commodities, todos sofrerão os impactos da mudança climática: da soja no Cerrado à região do Matopiba, passando pelos agricultores familiares do semiárido e do sul do Brasil.

“Como setores da agricultura serão afetados por temperaturas e secas extremas, enxurradas, granizo, geadas, tempestades de toda a ordem, e qual será o impacto na produção e na segurança alimentar são temas para um debate imediato, seja pelas autoridades competentes do nosso país, seja para o próximo relatório do IPCC”, afirma Schuch, lembrando que o lançamento deste relatório está previsto para ocorrer no começo de 2022, quando os cientistas vão se debruçar sobre os impactos setoriais e regionais da crise climática em todas as regiões do mundo.

Dados preocupantes

Segundo pesquisa recente do MapBiomas, no Brasil, em 30 anos, 16% da superfície de água desapareceu. No Estado mais afetado, o Mato Grosso do Sul, mais da metade (57%) de todo o recurso hídrico foi perdido desde 1990. Ali, essa redução ocorreu basicamente em um dos biomas mais importantes do país, o Pantanal. Das 12 regiões hidrográficas, oito revelam hoje os efeitos do desmatamento, da mudança climática e da destruição de mananciais, refletido na crise hídrica que afeta o meio ambiente e a geração de energia elétrica.

Ao todo, 3,1 milhões de hectares de superfície de água sumiram, o equivalente a mais de uma vez e meia de todo o recurso hídrico disponível no Nordeste em 2020. Nesse ritmo vamos chegar a um quarto (25%) de redução da superfície de água do Brasil antes de 2050. “Portanto, o que se pretende discutir são as consequências especialmente para a produção agrícola e a vida no campo com o avanço do desmatamento, das queimadas na região do Pantanal e amazônica, enfim, das mudanças climáticas em curso no país e no mundo”. 

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