Heitor Schuch

Crise do leite: Alckmin sinaliza com possibilidade de ampliar compras governamentais

Em audiência com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, na tarde de hoje (6), o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar (FPAF), deputado Heitor Schuch, reforçou a necessidade de medidas mais fortes por parte do governo federal para ajudar os produtores de leite que estão enfrentando uma grave crise, provocada pela queda no preço do produto nos últimos meses. O encontro, em Brasília, reuniu deputados e entidades representantes de agricultores de diversos Estados do país. Pelo Rio Grande do Sul, também esteve presente o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS), Eugênio Zanetti.

Alckmin informou que o Ministério do Desenvolvimento Social e a Conab estão estudando a possibilidade de ampliar as compras governamentais de leite e derivados com o objetivo de enxugar o mercado interno. Até agora foram liberados R$ 100 milhões para as compras diretas pelos programas institucionais, recursos que começou a ser operacionalizado na última semana mas é considerado insuficiente pelo setor. Também garantiu que a fiscalização sanitária será reforçada nas aduanas.

A comitiva insistiu na criação de uma cota de importação de leite do Mercosul, para estancar a entrada de grandes volumes de lácteos, apontada como o principal fator responsável pela redução dos preços aos produtores nacionais. Dados levantados pela Fetag apontam que no primeiro semestre deste ano o aumento das compras de leite e derivados de Argentina, Uruguai e Paraguai foi de 283%. Se considerado apenas o leite em pó, o percentual chega a 437%. “Esses países subsidiam sua produção e não conseguimos competir em termos de custos. É uma concorrência desleal, o leite em pó do Mercosul está entrando a R$ 6 a menos o quilo. Então ou o Brasil cria condições iguais ou estabelece regras para segurar a importação”, afirma Schuch.

Na avaliação de Schuch, as medidas tomadas pelo governo até agora são importantes e ajudam, mas não resolvem o problema. É preciso ainda, afirma, garantir a prorrogação dos financiamentos dos produtores.

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